quinta-feira, 26 de junho de 2014

“Não quero comer”.

Quatro a seis anos, a fase do “não quero comer”. O que fazer?
Alguns pais chegam a entrar em pânico porque seus filhos, especialmente em uma determinada idade, não querem comer. Temem que a criança ficará fraca e doente e, muitas vezes, cedem aos desejos dos pequenos que aceitam guloseimas no lugar de frutas e verduras. Você, que atua na Primeira Infância, pode ajudá-los a entender que fase é essa e como agir para superá-la.
A pesquisa “Picky Eaters”, da Mead Johnson Nutrition Brasil, de 2012, mostrou que crianças de quatro a seis anos apresentam um padrão de comportamento alimentar que, muitas vezes, assustam os pais. Elas se recusam a comer verduras, legumes, frutas e a experimentar novas receitas. Também detectou que, em muitas ocasiões, essas crianças só comem se estiverem entretidas com a TV ou com um brinquedo. Não há nada de errado com a criança, porque esse fenômeno, segundo especialistas, é biológico.
Nessa fase da infância, os pequenos têm medo de experimentar o novo e dão preferência por alimentos que tenham tonalidade bege e amarelada, mais macios e fáceis de mastigar.
Esse comportamento não é à toa. Em algumas situações, é fruto da experiência anterior de saborear papinhas que, geralmente, não apresentam variações na cor e na textura. Por isso, uma ala de especialistas acredita que o ideal, após os seis meses de amamentação exclusiva, seja a introdução de alimentos macios, com cores variadas, amassados e não batidos no liquidificador ou, ainda, oferecer um alimento de cada vez para que a criança veja e sinta a diferença e não consuma tudo em uma mistura só.
Mas, como lidar com essa situação quando o tempo da papinha já passou e a criança insiste em não se alimentar direito?    Vale começar a mostrar a ela outras opções antes que essa alimentação desbalanceada afete a sua saúde e seu desenvolvimento.
Postura firme dos pais e cuidadores é o primeiro passo. Muitas concessões acabam atrapalhando a educação alimentar. Se a criança diz que não quer o que foi ofertado, é melhor deixar que ela se retire da mesa no lugar de dar uma opção que a agrade. Quando ela sentir fome e pedir algo para comer, a mesma opção que ela recusou deve ser oferecida.
Outra dica, da OMS (Organização Mundial da Saúde) é apresentar à criança de oito a dez alimentos diferentes para que ela, de fato, sinta se gosta ou não daquilo que consumir. Muitas vezes, a criança recusa um prato, mas porque não o conhece. É preciso paciência para que ela se adapte e aceite um novo sabor e uma nova consistência.
Para atrair o interesse dos pequenos na alimentação sadia, vale levá-los à feira, ao supermercado ou, quando possível, à fazenda para mostrar como são os alimentos antes de estarem prontos e de onde eles vêm. Deixar a criança escolher frutas, legumes e verduras também pode favorecer esse período de novas experimentações. Melhor ainda é poder plantar algumas verduras, cuidar delas e colhê-las para consumo. Já imaginou quanto aprendizado?
Elaborar pratos coloridos, com carinhas, enfeites é outra maneira de atrair o interesse da criança pequena. Uma questão importante é deixar claro que o horário de comer é único e não deve ser confundido com diversão. Nada de TV e brinquedos durante as refeições, que devem ser tranquilas. Também é essencial manter uma rotina. Ou seja: os horários das refeições precisam ser regulares, todos os dias.
Por último, o exemplo: pais que se alimentam bem, nos horários certos, sem distrações durantes as refeições (tablets, celulares e afins) são ótimas referências para seus filhos e meio caminho andado para garantir uma boa alimentação e um melhor desenvolvimento à criança pequena.


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