quinta-feira, 26 de junho de 2014

Objeto de transição. Muitas crianças têm um.

Objeto de transição. Muitas crianças têm um.
        Alguns pais ficam surpresos com a “mania” da criança de carregar paninhos ou sempre o mesmo brinquedo ou de fazer carícia na própria orelhinha por horas. Você, que atua com a Primeira Infância, pode ajudá-los a entender porque isso acontece e o que representam os objetos de transição no desenvolvimento emocional da criança pequena.
1. Nem toda criança tem objeto de transição – algumas crianças sentem necessidade de usar o objeto, outras não precisam – e não há nada de errado nisso.
2. O objeto só pode ser escolhido pela criança – a escolha é pessoal, feita pelo bebê, e pode surpreender os pais. Até um cheiro ou um som – como a música que a mãe ou pai canta para ele dormir – pode se tornar o objeto de transição.
3. É saudável – diminui a ansiedade do bebê nos momentos de separação da mãe, além de marcar uma fase importante do desenvolvimento psíquico. Através da interação com o meio e com o objeto de transição, o bebê passa a desenvolver criatividade, imaginação, cognição e afetividade.
4. Deve ser lavado (se for mesmo preciso) – o ideal é não lavar, pois o cheiro do item costuma remeter à mãe, e isso deve ser respeitado. Porém, como algumas crianças o carregam para todo lado, é inevitável que suje. A recomendação, então, é lavar se preciso.
5. Um, dois, três… – pode acontecer de a criança aceitar um segundo objeto enquanto o principal está fora de alcance. Também pode ser que ela escolha duas coisas ao mesmo tempo, como o cabelo da mãe e uma música, ou dedo na boca e um paninho. Mas, novamente, é a criança quem decide. Não adianta forçar.
6. Esqueceu em casa? Perdeu? – algumas crianças sentem dificuldade para dormir, podem ficar manhosas e cair no choro caso tenham esquecido seu objeto em algum lugar. Cabe aos pais explicar a situação com clareza, independentemente da idade. Antes de oferecer um novo objeto, vale deixar que a criança tente adaptar-se com o que há disponível no local, ou, ainda, abandonar o hábito.
7. Quando levar pra escola – a criança até pode levar o objeto para a classe, mas só enquanto for bebê ou estiver no período de adaptação, vivendo os primeiros momentos na escola – e fizer muita questão disso. Nessa fase, ele pode precisar de um apoio. Mas, à medida que se adapta à turma e ao ambiente, é natural que a escola peça ao aluno que guarde o objeto na mochila até o final das aulas. Depois de um tempo, incentivam-no a deixa-lo em casa. É comum também a criança perceber que os colegas não usam e, assim, resolver parar de levar.
8. E quando é uma parte do corpo? – não há problema nenhum se for cabelo, orelha, cotovelo ou qualquer parte do corpo da própria criança ou de terceiros. Porém, quando a necessidade do “objeto” for excessiva, é preciso cuidado. Ele serve para acalmar, e não pode ser usado o tempo todo nem restringir a vida dos pais – no caso de o item ser a parte do corpo de um deles. Se isso acontecer, vale consultar um psicólogo, pois pode se tratar de alguma angústia, de uma dificuldade de o bebê se separar da mãe (e vice-versa).
9. Passou da hora – não há idade ideal para largar o objeto de transição. Em geral, o objeto é gradualmente substituído por outros interesses e, dos três aos cinco anos, a criança já tem condições de deixá-lo – cada uma no seu tempo emocional e não cronológico. Mas, como tudo na vida, o hábito requer atenção quando é exagerado. Se após os cinco anos, ou o período de adaptação na escola, a criança se recusa a ficar longe do paninho, ou ainda se o uso do objeto prejudica seu convívio social, é importante procurar orientação profissional.
10. Esconder, nunca! – os pais nunca devem dar, jogar fora ou esconder o objeto sem que a criança saiba e concorde com isso. A criança vai perder a confiança e sofrer com essa separação abrupta.

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